Primeira necrópole de BH guarda túmulos de ex-presidente, arte europeia e traçado urbano original
Inaugurado no mesmo ano da capital, em 8 de fevereiro de 1897, o Cemitério do Bonfim foi o primeiro da cidade planejada de Belo Horizonte.
Com 54 quadras e mais de 200 mil pessoas sepultadas ao longo de sua história, o espaço guarda detalhes pouco conhecidos que revelam aspectos urbanísticos, artísticos e sociais da cidade. Abaixo, listamos cinco curiosidades sobre o local.
O Bonfim foi idealizado e construído pela mesma comissão responsável pela nova capital, como parte da infraestrutura básica da cidade planejada para substituir Ouro Preto como sede administrativa de Minas Gerais. Seu traçado urbano obedece ao mesmo padrão geométrico adotado nas ruas centrais de BH.
Por mais de 40 anos, o Bonfim foi a única opção oficial para sepultamentos em Belo Horizonte. Durante esse período, pessoas de todas as classes sociais foram enterradas ali, o que explica a diversidade de túmulos.
O cemitério abriga obras de arte de diversos estilos, como Belle Époque, Art Déco e modernismo. Muitas esculturas foram produzidas por artistas italianos que vieram ao Brasil no fim do século XIX. Algumas peças foram feitas com mármore importado da Europa, especialmente para túmulos de famílias tradicionais da capital.
Arthur Bernardes, presidente do Brasil entre 1922 e 1926, está sepultado no Cemitério do Bonfim. Natural de Viçosa, o político mineiro foi um dos nomes mais influentes do Estado na Primeira República e ocupa um dos jazigos mais imponentes da necrópole.
Com seu acervo de esculturas, inscrições e arquitetura funerária, o Bonfim é procurado por pesquisadores das áreas de história, arte, urbanismo e antropologia. O cemitério também é referência em estudos sobre a memória urbana de BH e sobre práticas funerárias ao longo do século XX.
Endereço: Rua Bonfim, 1120 – Bairro Bonfim
Funcionamento: todos os dias, das 7h às 17h (visitação pública)
Informações e agendamentos: (31) 98744-2028 / 98661-2410